And the Nobel Prize goes to...
Joao @ domingo, fevereiro 15, 2004
"ALFRED NOBEL
Alfred Bernhard Nobel, o pai da dinamite, teve o seu berço na capital da Suécia, Estocolmo, no dia 21 de Outubro de 1833, tendo-se celebrado, portanto, em 1996, o centenário do seu falecimento. Trata-se do homem que deu vida aos prémios da paz mas que, por ironia do destino, durante a sua existência se dedicou à investigação e produção em enormes quantidades de explosivos.
Descendente de uma família de industriais, o pai fez carreira como grande inventor de explosivos, na Rússia, para onde tinha ido em 1842. Nesse país, na cidade de S. Petersburgo, o filho estudou e dedicou-se à investigação no sector da química, que mais tarde deu origem à descoberta e confecção de explosivos, de que as empresas do pai precisavam.
Todavia, o mais importante evento de Nobel foi a dinamite, definitivamente registado em 1875. Um oficial de artilharia russo, Petrouchevski, inventou um método prático de produção de nitroglicerina, um dos mais potentes explosivos que a humanidade conheceu. Nobel aproveitou esta componente e, em seguida, descobriu a balestite, onde entrava o composto da nitroglicerina, que mais potência deu aos obuses empregues nos canhões, que eram usados nas muitas guerras que por essa altura existiam por todo o lado.
Pouco antes de morrer, Alfred Nobel, consciente de que as suas invenções na área dos explosivos foram a causa de tantas guerras e destruições, redigiu um testamento onde estipulava os célebres prémios monetários destinados a galardoar aqueles que mais se distinguissem nas áreas da química, medicina, física, literatura e paz. Estes prémios têm o seu nome e os primeiros foram entregues em 1901, cinco anos depois da sua morte, que ocorreu a 10 de Dezembro de 1896."
Ora, posto isto, acho que o senhor Nobel não deixou quaisquer dúvidas, a quem, e em que circunstâncias deveriam ser atribuídos os seus incentivos monetários.
E a verdade é que a sua fundação deixou um legado no mundo, penso que muito positivo, a que ninguém fica indiferente, tornando-se num símbolo de respeito, coerência e imparcialidade (não fosse a organização pertencer a um país nórdico! Imaginem o que seria se a fundação fosse cá :P). E tal como na O.N.U. não é qualquer pessoa que chega a um cargo de chefia numa organização desse género, não fosse a imagem que estas dão um reflexo de quem as comanda, mas é isto que me intriga, porque calculo que tenham sido justamente as mentes à frente da fundação Nobel a encarregar-se de nomear os “prémios” deste ano, como aliás fizeram nos anteriores.
Umas vezes com alguma polémica como aconteceu com Arafat, dado a causa que defende. Mas até para os mais cépticos nestas coisas do médio-oriente haverá alguma lógica na atribuição de um premio Nobel ao líder palestiniano. Contudo, na minha opinião, e penso que uma esmagadora maioria concordaria comigo, pelo menos com o que tenho ouvido por ai, ponderar sequer a hipótese de dar um prémio Nobel a George Bush e Tony Blair pelo esforço que fizeram em prol da Paz!!!! É coisa que não consigo entender. Desde que Bush e Blair estão no poder há menos guerras, menos mortes em vão, mais segurança, um esforço que seja para minimizar o efeito de estufa do maior poluidor mundial, um único prisioneiro que tenha sido acusado, julgado formalmente e tratado com um mínimo de dignidade vindo de Guantánamo, ou um maior respeito pelas nações do terceiro mundo, foi deposto algum ditador de forma civilizada e democrática sem humilhar uma nação inteira que prefere viver numa ditadura por tempo indefinido a ser “libertada” de um regime autoritário e inserida num capitalista onde o povo não verá quaisquer lucros?
Perguntando doutra forma: há alguém a quem estes lideres tenham feito bem e alguém que esteja realmente grato a estes dois políticos pelo que fizeram nestes anos de serviço ( falando em termos socio-políticos obviamente)?
Ou há algum prémio Nobel que após ter enviado jovens de 17 anos para a guerra e ter morto milhares de inocentes admita ter dúvidas acerca da veracidade dos factos que o levaram a agir de tal forma?
Não me parece, mas parece que a esses senhores da Escandinávia sim.
Alfred Bernhard Nobel, o pai da dinamite, teve o seu berço na capital da Suécia, Estocolmo, no dia 21 de Outubro de 1833, tendo-se celebrado, portanto, em 1996, o centenário do seu falecimento. Trata-se do homem que deu vida aos prémios da paz mas que, por ironia do destino, durante a sua existência se dedicou à investigação e produção em enormes quantidades de explosivos.
Descendente de uma família de industriais, o pai fez carreira como grande inventor de explosivos, na Rússia, para onde tinha ido em 1842. Nesse país, na cidade de S. Petersburgo, o filho estudou e dedicou-se à investigação no sector da química, que mais tarde deu origem à descoberta e confecção de explosivos, de que as empresas do pai precisavam.
Todavia, o mais importante evento de Nobel foi a dinamite, definitivamente registado em 1875. Um oficial de artilharia russo, Petrouchevski, inventou um método prático de produção de nitroglicerina, um dos mais potentes explosivos que a humanidade conheceu. Nobel aproveitou esta componente e, em seguida, descobriu a balestite, onde entrava o composto da nitroglicerina, que mais potência deu aos obuses empregues nos canhões, que eram usados nas muitas guerras que por essa altura existiam por todo o lado.
Pouco antes de morrer, Alfred Nobel, consciente de que as suas invenções na área dos explosivos foram a causa de tantas guerras e destruições, redigiu um testamento onde estipulava os célebres prémios monetários destinados a galardoar aqueles que mais se distinguissem nas áreas da química, medicina, física, literatura e paz. Estes prémios têm o seu nome e os primeiros foram entregues em 1901, cinco anos depois da sua morte, que ocorreu a 10 de Dezembro de 1896."
Ora, posto isto, acho que o senhor Nobel não deixou quaisquer dúvidas, a quem, e em que circunstâncias deveriam ser atribuídos os seus incentivos monetários.
E a verdade é que a sua fundação deixou um legado no mundo, penso que muito positivo, a que ninguém fica indiferente, tornando-se num símbolo de respeito, coerência e imparcialidade (não fosse a organização pertencer a um país nórdico! Imaginem o que seria se a fundação fosse cá :P). E tal como na O.N.U. não é qualquer pessoa que chega a um cargo de chefia numa organização desse género, não fosse a imagem que estas dão um reflexo de quem as comanda, mas é isto que me intriga, porque calculo que tenham sido justamente as mentes à frente da fundação Nobel a encarregar-se de nomear os “prémios” deste ano, como aliás fizeram nos anteriores.
Umas vezes com alguma polémica como aconteceu com Arafat, dado a causa que defende. Mas até para os mais cépticos nestas coisas do médio-oriente haverá alguma lógica na atribuição de um premio Nobel ao líder palestiniano. Contudo, na minha opinião, e penso que uma esmagadora maioria concordaria comigo, pelo menos com o que tenho ouvido por ai, ponderar sequer a hipótese de dar um prémio Nobel a George Bush e Tony Blair pelo esforço que fizeram em prol da Paz!!!! É coisa que não consigo entender. Desde que Bush e Blair estão no poder há menos guerras, menos mortes em vão, mais segurança, um esforço que seja para minimizar o efeito de estufa do maior poluidor mundial, um único prisioneiro que tenha sido acusado, julgado formalmente e tratado com um mínimo de dignidade vindo de Guantánamo, ou um maior respeito pelas nações do terceiro mundo, foi deposto algum ditador de forma civilizada e democrática sem humilhar uma nação inteira que prefere viver numa ditadura por tempo indefinido a ser “libertada” de um regime autoritário e inserida num capitalista onde o povo não verá quaisquer lucros?
Perguntando doutra forma: há alguém a quem estes lideres tenham feito bem e alguém que esteja realmente grato a estes dois políticos pelo que fizeram nestes anos de serviço ( falando em termos socio-políticos obviamente)?
Ou há algum prémio Nobel que após ter enviado jovens de 17 anos para a guerra e ter morto milhares de inocentes admita ter dúvidas acerca da veracidade dos factos que o levaram a agir de tal forma?
Não me parece, mas parece que a esses senhores da Escandinávia sim.